Botafogo pretende deixar a Libra e negociará direitos de mídia sozinho

O Botafogo se tornou o primeiro clube da Série A do Campeonato Brasileiro a anunciar que negociará de forma independente seus direitos de mídia a partir de 2025. O proprietário do clube, John Textor, empresário americano, revelou que esta semana comunicará sua decisão ao grupo Libra, com o qual o Botafogo estava anteriormente alinhado.

“Há uma coisa que estou esperando e que não devo esperar, que são minhas receitas de mídia, televisão. Não vou perder dinheiro para sempre esperando. Então, eu vou para o meio. Posso dizer que a Libra não tem uma governança adequada para a liga. A Libra foi criada com uma diretoria e uma liderança que nem incluía todos os clubes. Acredito no modelo da Premier League, no qual todos os clubes estão representados no Conselho de Administração”, declarou John Textor, em entrevista ao site GE (Globo).

O proprietário do Botafogo, que também é o acionista majoritário do Crystal Palace, da Inglaterra, expressou sua insatisfação com as prolongadas discussões políticas que têm impedido a unificação dos clubes em torno de uma única liga nos últimos 18 meses. Esse impasse político resultou na criação da Liga Forte Futebol (LFF), um segundo grupo de clubes que não concordavam com as condições estabelecidas pela Libra e começaram a se unir para assumir a organização de uma liga que comercializaria os direitos comerciais das Séries A e B do Brasileirão.

Segundo o executivo americano, ele agora negociará individualmente os direitos de mídia do clube. Aproveitando-se da “Lei do Mandante”, promulgada em 2021, que eliminou a necessidade de os clubes se unirem para vender seus direitos de mídia, ele venderá um pacote que inclui os direitos de transmissão das 19 partidas em que o Botafogo é mandante no torneio.

A insatisfação de Textor aumenta ainda mais a instabilidade no processo de criação de uma liga de clubes que busca assumir a organização do Campeonato Brasileiro. Nas últimas semanas, Forte Futebol e Libra têm tentado se destacar em meio à crescente necessidade dos clubes de aumentarem suas receitas.


Estou pronto para fazer negócio. Mas uma liga unificada não pode ter os desentendimentos que estão acontecendo entre os clubes. E a maioria deles se relaciona com uma história de que eu não fazia parte. Velhas discussões com as quais eu não tinha nada a ver, eu nem estava no Brasil”, completou Textor.

Nesta semana, 24 dos 26 clubes da LFF devem receber um adiantamento de R$ 331 milhões do fundo de investimentos Serengeti. Esse financiamento compromete os clubes a assinarem com o grupo americano a venda de 20% dos direitos comerciais da liga por um período de 50 anos. O investimento total pode chegar a R$ 4 bilhões, dependendo do número de clubes nas Séries A e B que aderirem ao Forte Futebol.

Por outro lado, a Libra, que inicialmente contava com um aporte de R$ 4 bilhões do fundo de investimentos Mubadala, está tentando conter a saída de clubes. Inicialmente, o fundo dos Emirados Árabes Unidos estava disposto a investir esse valor bilionário mesmo tendo apenas 18 clubes em seu grupo comercial.

No entanto, nas últimas semanas, o grupo se dividiu, com Botafogo, Cruzeiro e Vasco se opondo ao projeto apresentado pela Libra. O Mubadala, então, alterou sua oferta e passou a oferecer um investimento de até R$ 2,375 bilhões pela venda de 12,5% dos direitos de mídia dos clubes que fazem parte do grupo.

Últimas Notícias

Relacionados