O ex-governador Cássio Cunha Lima retornou a Campina Grande e abordou o iminente racha entre o atual prefeito, Bruno Cunha Lima, e o deputado federal Romero Rodrigues, seu antecessor imediato. Em sua primeira aparição pública, Cássio destacou que o desconforto com o tratamento dispensado pelo prefeito aos aliados não se limita a Romero Rodrigues.
Em entrevista à imprensa local, Cássio expressou sua “torcida” pela unidade entre os dois, mas foi questionado sobre suas ações concretas nesse sentido. Ele admitiu que procura trabalhar para alcançar a unidade, mencionando desafios que se tornaram obstáculos para a coesão do grupo político que domina a cidade há quatro décadas.
Cássio ressaltou o “grande desafio” para Bruno Cunha Lima reconhecer a importância do trabalho de todos os prefeitos que o antecederam nos últimos 40 anos. O ex-governador enfatizou que todos os antecessores de Bruno Cunha Lima contribuíram para construir Campina Grande.
Ele alertou contra a vaidade do atual prefeito em se considerar “o maior prefeito do mundo” e destacou que a cidade não foi criada hoje, mas é resultado de um trabalho de 50 anos.
A aparição pública de Cássio não acalmou os ânimos no grupo político local. Além de repreender publicamente o prefeito, Cássio manifestou irritação com o constante desprezo de Bruno Cunha Lima pelo trabalho dos antecessores, especialmente Romero Rodrigues, que o apoiou na eleição de 2020.
Apesar de a possibilidade de Cássio continuar apoiando a reeleição de Bruno Cunha Lima e “torcer” pela unidade com Romero Rodrigues, parece evidente que isso seria feito para preservar a coesão do bloco de forças que apoiou Pedro Cunha Lima no segundo turno de 2022. Com o rearranjo político em curso na Paraíba desde a reeleição de João Azevedo para o governo, não seria surpreendente se Romero Rodrigues, ao decidir candidatar-se à prefeitura de Campina Grande, recebesse o apoio de Cássio e do grupo Cunha Lima.